A história de Jericó é uma das narrativas mais dramáticas da Bíblia. Muralhas que desabam ao som de trombetas, uma cidade conquistada de forma miraculosa e a promessa de uma terra prometida começando a se cumprir. Mas será que essa famosa cidade realmente existiu? E se existiu, o que aconteceu com suas muralhas?
Entre as cidades bíblicas mais debatidas no meio acadêmico, Jericó ocupa posição de destaque. Arqueólogos têm escavado suas ruínas há mais de um século, revelando camadas de história que remontam a milhares de anos. As descobertas são fascinantes, mas também geram controvérsias sobre o que realmente aconteceu naquele local antigo.
Neste artigo completo, você descobrirá o que a arqueologia moderna revela sobre Jericó, as evidências concretas de sua existência, os debates sobre a conquista israelita e como as descobertas científicas dialogam com a narrativa bíblica. Prepare-se para uma jornada através do tempo até uma das cidades mais antigas da humanidade.
Jericó: A Cidade Mais Antiga do Mundo

Jericó não é apenas uma das cidades bíblicas mais famosas, mas também um dos assentamentos humanos mais antigos já descobertos. Localizada no vale do Jordão, cerca de 10 quilômetros ao norte do Mar Morto, a cidade moderna de Jericó (Tell es-Sultan) situa-se sobre camadas de ocupação humana que datam de aproximadamente 10.000 anos atrás.
As escavações arqueológicas revelaram que Jericó foi habitada continuamente por milênios, passando por numerosos ciclos de construção, destruição e reconstrução. Isso a torna um tesouro arqueológico incomparável para entender a evolução da civilização humana no Oriente Médio.
O Tell de Jericó
Um “tell” é um monte artificial formado pela acumulação de sucessivos assentamentos construídos uns sobre os outros ao longo de séculos ou milênios. O tell de Jericó contém mais de 20 camadas diferentes de ocupação, cada uma representando uma fase distinta da história da cidade.
A altura do tell e a complexidade de suas camadas demonstram inequivocamente que Jericó não é uma invenção literária, mas um local real com história documentada arqueologicamente. A questão não é se Jericó existiu, mas sim o que exatamente aconteceu lá durante os diferentes períodos de sua longa história.
A História das Escavações em Jericó
A exploração arqueológica de Jericó começou no final do século XIX e continua até hoje, com cada geração de arqueólogos trazendo novas metodologias e perspectivas.
As Escavações de Garstang (1930-1936)
John Garstang conduziu as primeiras escavações sistemáticas em Jericó durante a década de 1930. Suas descobertas inicialmente pareceram confirmar dramaticamente a narrativa bíblica da conquista.
Garstang encontrou evidências de muralhas que haviam desabado para fora (não para dentro, como seria esperado em um cerco normal) e sinais de destruição massiva por fogo. Ele datou essa destruição para aproximadamente 1400 a.C., período que se alinhava com cronologias bíblicas tradicionais para a conquista de Josué.
Essas descobertas geraram grande entusiasmo entre estudiosos bíblicos e o público em geral. Finalmente, parecia haver confirmação arqueológica direta de um dos eventos mais memoráveis do Antigo Testamento.
As Escavações de Kenyon (1952-1958)
No entanto, a arqueóloga britânica Kathleen Kenyon realizou escavações mais detalhadas duas décadas depois, usando técnicas estratigráficas mais refinadas. Suas conclusões desafiaram radicalmente as interpretações de Garstang.
Kenyon determinou que as muralhas identificadas por Garstang eram muito mais antigas, datando da Idade do Bronze Antiga, por volta de 2300 a.C. Além disso, ela concluiu que Jericó estava praticamente desabitada durante o período em que a conquista israelita supostamente ocorreu (cerca de 1400 ou 1250 a.C., dependendo da cronologia adotada).
Segundo Kenyon, não havia cidade substancial em Jericó para ser conquistada no período da suposta entrada dos israelitas em Canaã. Essas conclusões foram devastadoras para aqueles que buscavam confirmação arqueológica da narrativa bíblica.
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Escavações Posteriores e Reavaliações
Arqueólogos posteriores, incluindo Lorenzo Nigro e Nicolo Marchetti, continuaram trabalhando no sítio nas últimas décadas. Suas pesquisas refinaram ainda mais nossa compreensão das diferentes camadas de ocupação.
Alguns estudiosos, como Bryant Wood, contestaram as conclusões de Kenyon, argumentando que ela datou erroneamente as muralhas e que evidências de ocupação no período correto foram negligenciadas. Esse debate continua até hoje.
O Que Sabemos com Certeza Sobre Jericó
Apesar das controvérsias sobre a conquista específica descrita em Josué, há muitos fatos arqueológicos indiscutíveis sobre Jericó.
Uma Cidade Neolítica Revolucionária
Jericó contém algumas das estruturas mais antigas já construídas pela humanidade. Uma torre de pedra datada de aproximadamente 8000 a.C. ainda pode ser vista no sítio, representando um dos primeiros exemplos de arquitetura monumental.
Essa torre pré-histórica, com cerca de 8 metros de altura, sugere que Jericó era um assentamento sofisticado muito antes da invenção da escrita ou da metalurgia. A cidade possuía muralhas defensivas e sistemas de irrigação primitivos milhares de anos antes dos eventos bíblicos.
Múltiplas Destruições Documentadas
O registro arqueológico mostra claramente que Jericó foi destruída e reconstruída várias vezes ao longo de sua história. Há evidências de conflagrações massivas, colapsos de muralhas e abandonos periódicos da cidade.
A questão controversa não é se Jericó foi destruída (foi, repetidamente), mas sim qual dessas destruições, se alguma, corresponde à conquista israelita descrita na Bíblia.
Localização Estratégica
A localização de Jericó explica sua importância histórica. Situada em um oásis fértil alimentado por nascentes abundantes, a cidade controlava uma importante rota comercial do vale do Jordão e servia como portal para as terras altas de Canaã.
Qualquer força militar que desejasse conquistar a região montanhosa central de Canaã precisaria lidar com Jericó primeiro. Isso torna a narrativa bíblica estrategicamente plausível, independentemente dos debates arqueológicos.
O Problema da Cronologia
Uma das principais razões para o desacordo entre arqueólogos sobre Jericó envolve questões complexas de datação e cronologia.
Duas Cronologias Principais
Estudiosos bíblicos tradicionalmente propõem duas datações principais para o Êxodo e a subsequente conquista de Canaã: a “datação alta” (século XV a.C.) e a “datação baixa” (século XIII a.C.).
Dependendo de qual cronologia se adota, procuramos evidências arqueológicas em períodos diferentes. As muralhas e destruição que Garstang atribuiu à conquista israelita eram muito antigas para a datação baixa, mas poderiam se alinhar com a datação alta.
Dificuldades da Datação por Cerâmica
Kenyon baseou suas conclusões largamente na ausência de cerâmica cipriota importada, que ela usou como marcador cronológico. No entanto, críticos argumentam que a ausência de cerâmica importada cara não prova que a cidade estava desabitada, apenas que talvez não fosse próspera naquele momento.
Além disso, as cronologias baseadas em cerâmica dependem de pressupostos sobre comércio e distribuição que podem não se aplicar universalmente. Uma cidade sob cerco ou empobrecida pode não ter acesso a produtos importados, mas ainda existir.
Datação por Carbono-14
Métodos mais modernos de datação por carbono-14 ofereceram novos dados, mas também novas controvérsias. Diferentes amostras do mesmo estrato às vezes produzem datas ligeiramente diferentes, e a interpretação dessas datas requer julgamento sobre qual amostra é mais confiável.
Alguns estudos recentes de datação por carbono sugerem ocupação em Jericó durante o período da Idade do Bronze Tardia (quando a conquista supostamente ocorreu), desafiando as conclusões de Kenyon. No entanto, o debate continua.
Evidências que Apoiam a Historicidade da Conquista
Embora não haja consenso, vários estudiosos apontam para evidências que eles acreditam apoiar a historicidade básica da narrativa da conquista de Jericó.
Padrão de Destruição Incomum
As muralhas de Jericó realmente mostram um padrão incomum de colapso para fora, não para dentro. Em cercos normais, muralhas são derrubadas de fora para dentro. O colapso externo criaria uma rampa de escombros que invasores poderiam usar para “subir direto” para a cidade, exatamente como descrito em Josué 6:20.
Bryant Wood e outros argumentam que esse padrão arqueológico é consistente com um evento sísmico ou outro fenômeno incomum que poderia explicar o relato bíblico de maneira naturalista.
Evidências de Fogo
Há evidências claras de destruição por fogo em partes de Jericó. A narrativa bíblica especifica que a cidade foi queimada após a conquista (Josué 6:24), e vestígios carbonizados de grãos, madeira e outros materiais foram encontrados em algumas áreas.
Curiosamente, grandes quantidades de grãos foram encontradas nos restos da cidade, sugerindo que a conquista ocorreu logo após a colheita e que os conquistadores não saquearam os alimentos, detalhe que corresponde à narrativa bíblica do “anátema” onde tudo foi dedicado a Deus.
Ocupação Israelita Posterior
Há evidências claras de que israelitas eventualmente ocuparam Jericó e a região circundante. A questão é quando isso ocorreu e se envolveu conquista militar ou infiltração pacífica.
O aparecimento de um estilo distinto de cerâmica e arquitetura associado aos primeiros israelitas nas terras altas de Canaã no período correto (final da Idade do Bronze) é bem documentado, embora o processo exato de como Israel emergiu como povo em Canaã permaneça debatido.
Teorias Alternativas Sobre Jericó
Diante das complexidades arqueológicas, estudiosos propuseram várias teorias alternativas para explicar tanto a narrativa bíblica quanto as evidências físicas.
Teoria da Memória Ancestral
Alguns sugerem que a narrativa de Josué preserva uma memória ancestral de uma conquista muito mais antiga, possivelmente datando do período em que Garstang situou as muralhas (cerca de 1550-1400 a.C.). Com o tempo, essa memória foi associada ao período do Êxodo e entrada em Canaã.
Teoria da Etiologia
Outros propõem que a história foi criada séculos depois para explicar as impressionantes ruínas antigas que já existiam em Jericó. Habitantes posteriores, vendo os restos de muralhas gigantescas, podem ter criado uma narrativa épica para explicar sua destruição.
Teoria da Conquista Gradual
Uma terceira perspectiva sugere que a conquista de Canaã foi um processo gradual envolvendo múltiplas ondas de migrantes ao longo de séculos, não um evento militar único. As narrativas de Josué seriam simplificações literárias de processos históricos mais complexos.
Jericó e Outras Cidades Bíblicas
O caso de Jericó deve ser entendido no contexto mais amplo de como as cidades bíblicas aparecem no registro arqueológico.
Padrões Similares em Outros Sítios
Outras cidades mencionadas na narrativa de conquista, como Ai e Betel, apresentam desafios arqueológicos similares. Ai estava aparentemente desabitada no período proposto, enquanto Betel mostra evidências de destruição no período correto.
Esse padrão irregular levou alguns estudiosos a propor que a conquista foi seletiva ou que diferentes cidades foram conquistadas em períodos diferentes, não em uma campanha militar rápida como Josué sugere literalmente.
Hazor: Um Caso de Correspondência
A cidade de Hazor, também mencionada em Josué como destruída por fogo, realmente mostra evidências arqueológicas claras de destruição massiva por fogo no período correto (final do século XIII a.C.). Isso demonstra que pelo menos alguns elementos da narrativa de conquista têm correlação arqueológica.
A Questão da Interpretação
A variabilidade nas evidências arqueológicas entre diferentes cidades bíblicas sugere que a relação entre texto e arqueologia é complexa. Nem sempre haverá correspondência perfeita, e isso pode refletir tanto as limitações da arqueologia quanto a natureza literária dos textos antigos.
O Significado Teológico Além da Arqueologia
Independentemente dos debates arqueológicos, a narrativa de Jericó possui significado teológico profundo que transcende questões de historicidade literal.
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Uma História de Fé
A narrativa de Josué apresenta a conquista de Jericó como um ato de fé, não de poder militar. Os israelitas marcham ao redor da cidade, confiam em Deus e testemunham um milagre. Esta mensagem teológica permanece poderosa independentemente dos detalhes arqueológicos.
Símbolo de Libertação
Para gerações de judeus e cristãos, Jericó simboliza a superação de obstáculos impossíveis através da fé divina. As muralhas que caem representam barreiras que impedem a entrada na terra prometida, sejam elas literais ou metafóricas.
Relevância Contemporânea
A história continua inspirando pessoas que enfrentam suas próprias “muralhas de Jericó” em desafios pessoais, sociais ou espirituais. Essa aplicação existencial não depende de resolver todos os debates arqueológicos.
Visitando Jericó Hoje

Para brasileiros interessados em arqueologia bíblica, Jericó é um destino acessível para visitação na região da Cisjordânia, Palestina.
O Sítio Arqueológico
O tell de Jericó (Tell es-Sultan) está aberto a visitantes e oferece uma oportunidade única de caminhar entre ruínas que abrangem 10.000 anos de história humana. A antiga torre neolítica, escavações de muralhas e outros restos podem ser vistos in situ.
A Cidade Moderna
A moderna Jericó é uma cidade palestina vibrante, conhecida por suas tâmaras e outros produtos agrícolas cultivados graças ao clima quente e às abundantes nascentes. A cidade oferece hotéis, restaurantes e uma atmosfera acolhedora para turistas.
Considerações Práticas
Viajantes brasileiros devem estar cientes das complexidades políticas da região e planejar adequadamente. Tours organizados geralmente incluem Jericó como parte de roteiros pela Terra Santa, oferecendo contexto histórico e facilitando o acesso.
O Futuro da Pesquisa Arqueológica em Jericó
A arqueologia em Jericó está longe de concluída. Novas escavações, reanálises de dados antigos e tecnologias emergentes prometem continuar revelando segredos enterrados há milênios.
Novas Tecnologias
Técnicas como imageamento por penetração de solo, análise de DNA antigo e datação refinada por carbono-14 oferecem possibilidades antes inimagináveis. Essas ferramentas podem eventualmente resolver algumas das controvérsias cronológicas que dividem estudiosos.
Escavações Contínuas
Projetos arqueológicos anuais continuam trabalhando em Jericó e regiões circundantes. Cada temporada de escavação traz potencial para descobertas que podem transformar nossa compreensão desse sítio crucial.
Diálogo Interdisciplinar
O futuro da pesquisa sobre Jericó provavelmente envolverá maior colaboração entre arqueólogos, historiadores, biblistas e cientistas de outras disciplinas. Abordagens interdisciplinares oferecem as melhores perspectivas para compreensão holística.
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Conclusão: Jericó Entre História e Fé
Então, Jericó existiu mesmo? A resposta é um inequívoco sim. Jericó não apenas existiu, mas foi uma das cidades mais antigas e importantes da história humana, com ocupação documentada por 10.000 anos.
A questão mais complexa é se a conquista específica descrita em Josué 6 pode ser confirmada arqueologicamente. Aqui, as evidências são ambíguas e sujeitas a interpretação. Alguns estudiosos veem confirmação nas evidências de destruição, muralhas colapsadas e outros detalhes. Outros argumentam que os dados não apoiam a narrativa bíblica como história literal.
O que está claro é que Jericó era um local real e estrategicamente importante que foi destruído e reconstruído múltiplas vezes. Também está claro que o povo de Israel eventualmente ocupou a região. Os detalhes precisos de como e quando isso ocorreu permanecem sujeitos a debate acadêmico legítimo.
Para pessoas de fé, a arqueologia de Jericó não precisa “provar” a Bíblia para que a narrativa tenha significado. E para acadêmicos, a falta de consenso sobre interpretação não diminui a importância de Jericó como sítio arqueológico extraordinário.
As cidades bíblicas como Jericó continuam fascinando porque existem na interseção entre fé e história, entre texto antigo e evidência física. Essa tensão criativa impulsiona tanto a pesquisa acadêmica quanto a reflexão teológica, enriquecendo ambas.
Enquanto arqueólogos continuam escavando e estudiosos continuam debatendo, Jericó permanece como testemunha silenciosa de milênios de história humana, guardando segredos que ainda estamos aprendendo a decifrar.
FAQ: Perguntas Frequentes Sobre Jericó
Jericó realmente existiu ou é apenas uma cidade bíblica fictícia?
Jericó definitivamente existiu e continua existindo até hoje. É uma das cidades habitadas mais antigas do mundo, com evidências arqueológicas de ocupação humana contínua por aproximadamente 10.000 anos. O sítio arqueológico chamado Tell es-Sultan contém mais de 20 camadas de assentamentos sucessivos. A questão controversa não é se Jericó existiu, mas sim se os eventos específicos descritos no livro de Josué (como as muralhas caindo milagrosamente) podem ser confirmados arqueologicamente. A existência física da cidade está além de qualquer dúvida acadêmica.
As muralhas da cidade Bíblica de Jericó realmente caíram como descrito na Bíblia?
Esta é uma das questões mais debatidas na arqueologia bíblica. Escavações revelaram muralhas que colapsaram de maneira incomum (para fora, não para dentro) e evidências de destruição por fogo. No entanto, há desacordo sobre a datação dessas muralhas. O arqueólogo John Garstang inicialmente datou o colapso para aproximadamente 1400 a.C., alinhando-se com cronologias bíblicas. Kathleen Kenyon posteriormente argumentou que as muralhas eram muito mais antigas (cerca de 2300 a.C.) e que Jericó estava praticamente desabitada quando os israelitas supostamente a conquistaram. Estudos mais recentes contestam algumas conclusões de Kenyon, mantendo o debate aberto.
Qual é a idade real da cidade Bíblica de Jericó?
Jericó é extraordinariamente antiga. Os assentamentos mais antigos datam de aproximadamente 10.000 anos atrás, no período Neolítico Pré-Cerâmico. Uma torre de pedra encontrada no sítio, datada de cerca de 8000 a.C., é uma das estruturas mais antigas já construídas pela humanidade. Isso torna Jericó candidata ao título de “cidade mais antiga do mundo”, embora outras cidades como Damasco também reivindiquem essa distinção. Durante os eventos bíblicos descritos em Josué (datados entre 1400-1200 a.C., dependendo da cronologia), Jericó já tinha milhares de anos de história.
Por que há tanto desacordo entre arqueólogos sobre a cidade Bíblica de Jericó?
O desacordo surge de várias fontes: dificuldades em datar precisamente camadas arqueológicas específicas; debates sobre qual cronologia bíblica usar (datação alta vs. baixa para o Êxodo); interpretações diferentes das mesmas evidências físicas; e pressupostos metodológicos diversos sobre como relacionar textos antigos com evidências materiais. Além disso, Jericó foi escavada múltiplas vezes ao longo de mais de um século, com diferentes arqueólogos usando metodologias variadas e chegando a conclusões conflitantes. A complexidade do tell, com suas numerosas camadas de ocupação, também torna difícil associar destruições específicas a eventos históricos particulares.
Posso visitar as ruínas de Jericó atualmente?
Sim, as ruínas antigas de Jericó (Tell es-Sultan) estão abertas a visitantes e são uma atração turística na moderna cidade palestina de Jericó, localizada na Cisjordânia. O sítio permite que visitantes vejam a antiga torre neolítica, restos de muralhas de diferentes períodos e outras estruturas arqueológicas. A moderna Jericó oferece infraestrutura turística básica, incluindo hotéis e restaurantes. Brasileiros interessados em visitar devem considerar tours organizados pela Terra Santa, que frequentemente incluem Jericó no roteiro. É importante estar ciente das questões políticas e de segurança da região e verificar orientações de viagem atualizadas antes de planejar uma visita.

